quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ruídos indiscretos e gemidos escandalosos em relações sexuais

Indenização para casal cujo vizinho registrou, no livro de ocorrências do condomínio, sua inconformidade com os ruídos que vinham do apartamento ao lado.
Um casal carioca - homem e mulher - será reparado financeiramente por um vizinho morador do mesmo prédio, em função de anotações impróprias sobre ruídos decorrentes de relações sexuais.
A indenização fixada pelo TJ do Rio de Janeiro é de R$ 5.100 para cada um dos cônjuges.
Um vizinho de porta fez anotação no livro condominial existente na portaria do prédio, registrando que o tipo de ato sexual que ele escutava era apenas aceitável em prostíbulos e motéis baratos de beira de estrada.
Citado na ação reparatória, o réu afirmou que "os autores não negaram em momento algum não serem os responsáveis pelo barulho". O demandado também apresentou pedido reconvencional objetivando ser indenizado por danos morais, em face da conduta dos autores.
Entendeu o magistrado singular indeferir a inicial da reconvenção. Foi realizada perícia de engenharia, após o que foi julgado procedente o pedido inicial do casal.
O caso foi julgado em grau de apelação no dia 1º de julho. O relator do recurso, desembargador Sérgio Jerônimo Abreu da Silveira, da 4ª Câmara Cível do TJ-RJ, em decisão monocrática, manteve a sentença de primeira instância, por considerar excessiva a atitude do vizinho. Uma das anotações conta que o casal, em suas atividades íntimas, passa de gemidos indiscretos a gritos escandalosos.
O casal autor da ação sustentou que os comentários denegriram a imagem deles perante os demais moradores do prédio. O relator do caso concordou. Segundo o julgado, "as assertivas registradas no livro do condomínio excedem a mera abordagem à reclamação, tornando públicas as intimidades do casal perante os demais condôminos".
O julgado concluiu que o registro - do modo como foi feito - "extrapolou o âmbito da liberdade de expressão para atingir honra dos autores. (Com informacoes do TJ-RJ).

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"A história de um vencedor"

Volto a escrever no meu blog e prometo ter tempo para pesquisar mais matérias sobre essas minhas paixões, CORRIDA e DIREITO.
Nessa volta de matérias permito-me divulgar a história de um amigo VENCEDOR nas corridas. Em primeiro lugar gostaria de compartilhar que na minha opinião VENCEDOR não é somente aquele que chega no lugar mais alto do pódio, mas sim aquele que supera, aquele que VENCE seus desafios, sejam quais forem.
Esta é a história do meu amigo Fábio Namiuti, uma lição de vida para todos nós, fruto de muito suor, dedicação e principalmente disciplina. Parabéns Fábio.

"Em julho de 2002, aos 31 anos de idade, pesando quase 110 kg e fumando dois maços de cigarro por dia, um dia tive uma inflamação na gengiva e fui parar no médico para ver o que era. No que ele mediu a minha pressão arterial, o susto: 18 x 12. Fui carregado, igual a um saco de batatas, às pressas para ser atendido por um cardiologista, com um daqueles remédios embaixo da língua e tudo mais... Não tinha nenhum sintoma, até porque hipertensão é um mal silencioso, mas estava prestes a explodir. Tive muita sorte em não descobrir isso através de um infarto ou um AVC, por exemplo. No mesmo dia larguei o cigarro (já havia tentado outras vezes, sem sucesso durante os 15 anos em que fui fumante). Aconselhado pelo médico e com o incentivo e companhia da minha esposa, comecei a fazer caminhadas: oito voltas na pista de um parque perto de casa, cada uma com 670 metros. Apesar de ter uma certa dificuldade em seguir regimes, vi uns 10 kg sumirem muito rápido e me animei. Tomei gosto pela coisa e, mesmo achando um absurdo (sedentário que estava há quase 13 anos), resolvi arriscar uma corridinha de 200 metros, uma das laterais da pista. Cheguei no final da reta com os pulmões de fora, parecia que tinha um saco de cimento em cada um deles. Mas não desanimei. Persisti, tentei outras vezes e foi ficando menos impossível a cada tentativa. Completei a primeira volta, depois duas andando para uma correndo, um pouco depois o inverso. Um belo dia resolvi correr na rua. O que ouvi de bobagem não foi brincadeira. Coisas do tipo "vai rolando que chega mais rápido". Não tinha nem como ficar com raiva (mas fiquei, claro!), eles tinham razão. Foram só incentivos para que eu conseguisse deixar de ser engraçado correndo. Os 10 kg que eu perdi nas caminhadas se multiplicaram por 3. As gracinhas diárias foram se tornando semanais, mensais, até quase sumirem de vez. Um outro belo dia vi na TV a propaganda de uma corrida de 10 km em Campos do Jordão. Se tivesse juízo, deixaria pra lá, mas resolvi me inscrever. Nem que fosse para não conseguir - foi uma frase que usei muitas vezes desde então. Não era a prova ideal para um principiante, hoje vejo que deveria ter tentado primeiro distâncias menores ou pelo menos um percurso plano. Durante a corrida, subindo e descendo morros e enfrentando terrenos irregulares, mil vezes pensei no que estava fazendo ali. Mas foi só cruzar o pórtico e botar aquela primeira medalha de participação no pescoço pra nunca mais querer parar. De lá pra cá foram centenas de corridas, alguns sonhos já realizados (inclusive um de infância, correr a São Silvestre), vários outros ainda por realizar. Provas nas mais variadas distâncias, umas bastante tradicionais e outras totalmente desconhecidas, em pequenas cidades do interior. Veio a primeira Volta da Pampulha em BH, a primeira Meia Maratona do Rio (e muitas outras meias), a primeira prova de 25 km. Três anos depois de estrear em uma corrida, resolvi encarar um novo grande desafio: a primeira maratona! Foram muitos treinos, muito suor e dedicação; e uma cãibra durante o percurso que quase botou tudo a perder, mas consegui concluir a prova, também no Rio de Janeiro, naquele visual fantástico passando por toda a orla. Gostei tanto que não parei mais. Já fiz outras maratonas, em São Paulo, Bertioga (na areia!), Porto Alegre e novamente no Rio. E quero continuar fazendo muitas outras, sempre. A corrida tem me proporcionado muitas viagens, passeios em família e diversão, coisa que andava meio em segundo plano na minha vida antes dela. Não me considero um maratonista, mas um corredor, que também faz maratonas. E que corre, com o mesmo entusiasmo e alegria, provas de 5, 10 km, meias, ou de qualquer outra distância. No asfalto, na terra, na areia, na montanha, em escadas, em qualquer lugar que me chamem pra correr. Até na esteira, se precisar! Que treina muito e se dedica bastante na preparação para os grandes desafios, mas que não se vê obrigado a aumentar automaticamente as distâncias a cada vez que uma nova é alcançada. Que prefere dominar bem um estágio antes de alcançar o próximo, porque acha que isso é o mais sensato. Que até acredita que um dia vai chegar às ultramaratonas, mas não tem pressa nenhuma de fazê-lo, já que pretende seguir correndo a vida toda. Que não vai muito nessa de limites, porque acredita que, quem procura muito, acaba os encontrando. Que corre com prazer e responsabilidade, respeitando seu corpo, tendo em mente que tudo começou em busca de saúde e melhor qualidade de vida. Que sabe que se tiver que parar, para simplesmente, porque sempre vai haver a próxima oportunidade. E que, com isso, vem se mantendo há alguns anos em atividade, sem contusões mais sérias. Mas que sabe também que a corrida é um esporte em que mesmo pessoas comuns, com saúde, vontade, disciplina e determinação, podem fazer coisas extraordinárias. Fiz um grande número de novos amigos nas corridas e nos fóruns sobre o esporte na internet. Com eles, aprendi muitas coisas, corrigi meus erros de novato e tenho descoberto muita coisa quase todos os dias. Aderi a uma equipe, a 100 Juízo, na qual encontrei uma segunda família, agregando gente com a mesma paixão incondicional pelo esporte. Criei até este site, o Arquivo de Corridas, onde faço relatos e análises das provas de que participo. A corrida entrou na minha vida em definitivo e virou o meu estilo de vida. Não sou atleta, não tenho qualquer pretensão maior no esporte. Sou ciente das minhas óbvias limitações, não vou criar falsas expectativas, mas ainda quero fazer muita coisa legal nas corridas por aí. E, melhor do que tudo, recuperei a minha saúde e a minha autoestima, que andavam em baixa, ao contrário dos meus índices de colesterol e triglicerídeos. Minha pressão hoje é de 11 x 6 e só tem melhorado, bem como os meus tempos nas corridas. Vendo gente saudável e cheia de gás, correndo aos 60, 70, 80 anos ou mais, encontrei o que quero continuar fazendo pelo resto da minha vida..."