quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O consumidor e as compras pela internet

O tema é extremamente útil e atual. Muita gente me pede para tirar dúvidas acerca desse assunto.
Segue então um texto retirado do site jusbrasil escrito pelo advogado Mario Paiva, da OAB do Pará:



Todos os anos nos deparamos com as mesmas situações advindas de problemas provenientes de compras realizadas por consumidores na internet. São produtos que chegam avariados, fora do prazo em quantidade menor, de qualidade inferior e até nem sequer chegam ao destino final. Portanto, para evitar ou minimizar o risco de ter este dissabor de realizar um transação pela rede mundial de computadores segue abaixo algumas ponderações para que o leitor se previna na hora de realizar mencionada compra.
Primeiramente vale esclarecer que o Código de Defesa do Consumidor é perfeitamente aplicável as compras realizadas via internet devendo tão somente ser observado se o fornecedor possui estabelecimento no Brasil vez que o consumidor poderá ter dificuldades de aplicação quando o mesmo somente tiver domicílio no exterior, por isso certifique-se a respeito da nacionalidade do estabelecimento ou se o mesmo possui filiar no Brasil.
Alerta para possíveis problemas o consumidor deverá guardar em arquivo eletrônico ou físico todos os elementos capazes de identificar a compra seja o endereço do site, CNPJ da empresa, nota fiscal, contrato de compra e venda, etc...para utilização perante os órgão de defesa do consumidor bem como em ação judicial perante o Poder Judiciário.
Se o produto solicitado ou serviço executado apresentar vícios o consumidor poderá invocar os artigos 1819 e 20 do Código de Defesa do Consumidor que prevêem: I- a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;II- refazimento do serviço; III- a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada; IV- o abatimento proporcional do preço; V- complementação do peso ou medida do produto.
Além disso o consumidor tem o direito, no prazo de 7 (sete) dias previsto no artigo 49 doCódigo de Defesa do Consumidor, de se arrepender da compra realizada pela internet desde que este arrependimento seja revestido de boa-fé do consumidor que frustou-se com a compra em virtude da mesma não corresponder as suas expectativas devendo o fornecedor devolver a quantia paga em caso de devolução do produto. Ressalve-se que este direito ainda encontra resistência por parte de uma minoria de juristas.
Adiciona-se a estas observações a recomendação de que o consumidor estabeleça uma canal de diálogo com o fornecedor conhecendo-o melhor, mesmo que de forma abreviada perguntando todas as nuances da compra e do produto desconfiando se o mesmo não apresentar nenhuma resposta via e-mail além de realizar breve busca a respeito do fornecedor na própria internet, com amigos que já compraram no mesmo site bem como exigir sempre nota fiscal e o numero do CNPJ.
Saliento que se todos estes cuidados forem adotados pelo consumidor dificilmente o mesmo terá problemas com suas compras realizadas pela internet. Entendo que a transações realizadas pelo meio digital são extremamente seguras e muitas das vezes mais confiáveis do que as feitas pelo meio físico vez que nos sites confiáveis poderemos encontrar todas asa especificações do produtos , contrato, política de privacidade e respeito ao cliente, atendimento telefônico de reclamações , etc....
Vale lembrar, por fim que, é muito mais prudente seguir a orientações acima expostas mesmo que sejam desperdiçados alguns minutos de seu tempo do que passar anos a fio litigando judicialmente. Observado isso somente restará ao consumidor aproveitar suas compras e os festejos natalinos com aquele tão sonhado produto ou serviço comprado via internet.
'O CONSUMIDOR E AS COMPRAS PELA INTERNET'
Mário Paiva - Advogado e Conselheiro da OAB do Pará

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SEMPRE EM FRENTE

"SEMPRE EM FRENTE 'ENFRENTE'!" É um livro do famoso escritor Roberto Shinyashiki, Editora Gente. Li este livro após  a indicação de um amigo. Recomendo a todos. É um belo trabalho  para  reflexão individual. São reflexões interessantes para a vida toda. Apesar de o próprio autor recomendar o livro aos jovens que começam a construir a vida, recomendo esse livro a todas as pessoas. No tocante às corridas, faço um paradoxo iniciando pelo título: SEMPRE ENFRENTE. Acredito que todos que correm já pensaram em abandonar uma prova, seja pelas condições físicas, condições climáticas ou pela própria dificuldade do percurso com suas subidas íngremes. Cito o tópico "ACREDITE SEMPRE" do Capítulo "OS SEUS PODERES INTERIORES", onde o autor descreve sobre as dificuldades que cada um de nós enfrenta. Conta-nos o autor: "As pessoas que admiramos sempre avançam e nunca deixam que as tempestades as afastem de sua rota. Elas têm a capacidade de acreditar em seus projetos, mesmo quando tudo parece impossível...". Complementa que "...Em alguns momentos de nossas vidas tudo parece escuro e a única certeza que temos é que precisamos acreditar, rezar e trabalhar duro....". Quando tudo parece perdido, diz o autor, " somente existe um caminho: acreditar. No momento em que acreditamos que vamos conseguir, ganhamos lucidez para decidir e nossos braços se tornam fortes para batalhar...não importa quantos obstáculos você vai ter, nem quantos golpes vai receber: é preciso sempre levantar a cabeça e avançar. Quando você observa a história de pessoas de sucesso, vê que elas sofreram muitas derrotas antes de serem reconhecidas." Nas corridas, por diversas vezes o percurso difícil nos faz desistir e abandonar, mas quando tomamos aquele gole de água, ou alguém nos motiva de qualquer forma, parece que nossas pernas se renovam e tiramos "gás" de onde não sabemos que tínhamos. Não tenho experiência de uma atleta, mas posso compartilhar minha experiência de muitas corridas, desde 1998. Das 4 provas de São Silvestre que disputei, sempre tive no caminho diversos obstáculos (quem já correu sabe disso), mas também tirei energia de muito incentivo inimaginável, de um simples "vamos lá" "parabéns" "é isso aí", até o som da bateria da Gaviões da Fiel, uma vez que sou corinthiano. Tudo isso, de certa forma me ajudou a seguir em frente até o último quilômetro. Recomendo aos iniciantes que nunca parem na corrida, ao invés de parar, diminuam o ritmo. Obviamente, em casos mais graves, parar e pedir ajuda é a melhor saída. Assim, plagiando o escritor, "não importa quantos quilômetros faltem, é preciso respirar fundo, levantar a cabeça e seguir em frente, enfrentar mesmo aquele desafio. A maior conquista é concluir o desafio, seja ele qual for. Claro que recomendo tal "enfrentamento" àqueles que estão em plenas condições físicas para concluir o desafio, pois infelizmente tem muita gente que corre porque os amigos correm e sequer vão ao médico para analisar sua real condição física, muito menos têm um preparador físico ou frequentam uma academia com orientação de um profissional habilitado. Fazer os exames médicos e ter o acompanhamento de um profissional de educação física são as condições mínimas para quem quer correr, ou continuar correndo e seguindo sempre em frente!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Empresa deverá pagar indenização por divulgar que ex-empregados ajuizaram ações trabalhistas

O texto abaixo, extraído do site Jus Brasil traz notícia sobre decisão do Tribunal Regional do Trabalho Mineiro acerca da disponibilização de "lista negra" de ex-empregados reclamantes em ações trabalhistas.
Ora, com todo o respeito à decisão, a medida (divulgar o nome dos trabalhadores reclamantes) não causa infortúnio psicológico para ensejar condenação por danos morais uma vez que atualmente a distribuição de ações é de livre acesso na internet e todo o empregador deve ter o direito de escolher quem quer contratar. Não há nada que desabone os trabalhadores até porque podem exercer o livre direito de petição (mover ação trabalhista) e o fato de ser divulgada a lista dos reclamantes nada mais é que documentar o que consta publicamente na Justiça do Trabalho, até porque no ato do recrutamento, muitas empresas também levam em conta o fato do candidato ter movido ação contra seu ex-empregador. Aí mais uma questão para ánalise.

Segue o texto publicado pelo site Jus Brasil na íntegra:

"A experiência demonstra que os empregadores têm certa resistência em contratar empregados que já ajuizaram reclamação trabalhista contra os ex-patrões. Assim, o repasse desse tipo de informação dificulta a obtenção de nova colocação no mercado de trabalho. Nesse contexto, a conduta da empresa que, sem qualquer justificativa, faz questão de noticiar aos possíveis futuros empregadores que o ex-empregado propôs contra ela ação trabalhista causa prejuízos morais ao prestador de serviços, que passa a ter o direito de ser reparado.
Com esse fundamento, a 8a Turma do TRT-MG manteve a condenação de uma empresa ao pagamento de indenização por danos morais, porque ela divulgava informações desabonadoras à imagem e boa fama de seus ex-empregados, entre eles, o reclamante. O Juízo de 1a Grau, entendendo que ficou comprovado o procedimento adotado pela reclamada de ligar para as empresas em que seus ex-empregados estavam trabalhando, com a finalidade de passar dados desabonadores, deferiu ao autor indenização por danos morais, no valor de R$5.000,00, além de proibir a ré de prestar informações funcionais sobre ele, salvo se requeridas por escrito, por terceiros, quando, então, deverão ser passadas em forma de carta de apresentação.
A empresa não concordou com a decisão de 1o Grau, negando os fatos narrados pelo trabalhador. Mas o desembargador Márcio Ribeiro do Valle não lhe deu razão. No caso, o empregado alegou que, após a saída da reclamada, ingressou com ação na Justiça do Trabalho, pedindo o pagamento de horas extras e outras verbas. As partes celebraram acordo, mas, a partir desse momento, a empresa passou a dar referências desfavoráveis a seu respeito aos futuros empregadores, destacando o ajuizamento da ação judicial. Na visão do magistrado, as provas produzidas confirmaram a tese do trabalhador.
Isso porque foram anexados ao processo emails trocados entre gerentes da reclamada, tratando dos ex-empregados que propuseram ação na Justiça do Trabalho contra a empresa e o nome do reclamante estava incluído nessa correspondência. Nesses documentos constava, também, determinação expressa aos prepostos, para que repassassem essas informações aos atuais ou futuros empregadores. Além disso, acrescentou o desembargador, uma das testemunhas ouvidas declarou que o gerente da filial de Governador Valadares vivia pedindo notícias dos empregados que saíram da empresa, sem explicar a razão pela qual queria essas informações.
O relator fez referência a outro processo, envolvendo essa mesma matéria, e que foi julgado pela 5a Turma do TRT-MG. Ali também ficou clara a perseguição da reclamada aos ex-empregados que buscaram judicialmente os seus direitos trabalhistas. A proprietária de uma empresa, que contratou um ex-empregado da ré, foi ouvida como testemunha e confirmou que o representante da reclamada ligou para ela para dizer que o novo contratado não era de confiança, telefonando, novamente, depois de um tempo, para o seu marido, para saber se eles haviam dispensado o empregado.
"Por assim ser, evidenciada a intenção da Reclamada em causar prejuízo ao Autor, emitindo informações desabonadoras à conduta do empregado, de forma a ferir sua imagem perante os futuros pretensos empregadores, resta demonstrada a atitude da Ré, bem como a prejudicialidade de seu ato frente a terceiros, impondo-se a reparação adequada" , concluiu o desembargador, mantendo a decisão de 1o Grau."

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Você corre tenso ou relaxado?

Uma corrida tensa pode levar o corredor às lesões. Uma corrida descontraída e orientada propicia o bem-estar e a qualidade de vida.
 
Corre Tenso ou Relaxado? Uma corrida tensa pode levá-lo a lesões. Uma corrida descontraída e bem orientada permite o bem estar. Como saber se você está tenso antes ou depois de seus treinos?
Vamos a um simples e eficaz teste. Observe em você mesmo:
Neste exato momento, onde está a sua mão direita? Está segurando o mouse? Está segurando uma caneta ou está travada em uma das teclas do seu computador? A sua mão esquerda? Está Segurando algo? Está segurando o queixo ou está apoiada, como que se sustentasse o seu corpo?
Os seus pés estão cruzados, estão apoiados, como que se estivessem preparados para dar a partida em uma corrida ou estão apoiados em algum degrau esperando dar sustentação ao corpo inteiro?
Seus joelhos estão tensos? Eles estão flexionados em ângulo reto? Suas costas estão como que se carregassem uma imensa saca de arroz? Seu pescoço está tenso, esperando ler tudo que o computador lhe oferece ou está inclinado para uma das laterais, buscando um apoio invisível?
A coluna lombar está mandando sinais de que há tensão e, portanto, seus músculos estão buscando sustentação e apoio adequados, não conseguindo, tenciona a região e sente muitas dores quando se levanta?
Por outro lado, você pode estar em condição que não estas relatadas nos exemplos. Você está?
Com a sua mão direita relaxada, buscando senti-la enquanto lê este artigo? Está apoiada em cima de uma espuminha apropriada para o relaxamento de suas mãos, enquanto trabalha no seu computador?
A sua mão esquerda está relaxada em cima de uma mesa, ou largada no prolongamento do corpo? Está apoiada por sobre a cabeça, dando uma ordem de relaxamento para seu pulso, cotovelo e ombro esquerdo?
Suas pernas e pés estão alongados, apoiados sobre uma banquetinha, sendo que os pés, descalços, apoiados em plano superior ao solo, com os joelhos flexionados em ângulo reto?
Você observou se suas costas estão relaxadas? Elas oferecem tolerância à postura que insiste em disciplinar no seu dia a dia?
Você notou a tensão que se tentou estabelecer na parte superiora de suas costas e pescoço? Suas costas, lombar e torácica estão relaxadas, por que você nota quando esta trabalhando há horas e seus músculos cobram o descanso devido?
Muito bem, depois de notar-se em todos estes itens que normalmente os corredores não notam, observará que a partir destas aferições tenderá a não colecionar as dores em regiões que, quando aliadas com o cansaço da corrida, traz angustia e inconformismo com as mesmas. Depois de algum tempo praticando este tipo de auto-análise dos gestos físicos, você poderá se sentir mais dono de seus movimentos.
Uma Janela na hora de correr
A corrida reflete, em seus primeiros minutos, os “temas” mais conflitantes do dia. Certo? Sem dúvida, se você se afligiu até pouco antes do seu treinamento e dirigiu-se quase que imediatamente à corrida e sem se perguntar nada, certamente “embarcará” consigo as dores dos problemas mal resolvidos do trabalho.
Coloque uma “janela” em seu dia, cada vez que mudar de atividade. Nem que seja para comer algo, tomar um café ou um copo com água, melhor observar-se e notar se algo ainda o atormenta, antes dos inúmeros quilômetros que correrá, sob o pretexto de atingir melhor qualidade de vida ou um nível de corrida melhorado. Se a mente ou o corpo não acompanharem a sua real intenção, então poderá não obter os “lucros” dos treinamentos.
Essa “janela” pode ser um alongamento calmo e curto. Um papo sobre qualquer outro assunto que não o de trabalho. Um pensamento em coisas boas e a pré-definição da intensidade que você deverá percorrer, até que chegue a velocidade desejada e coerente.
Esses são treinamentos mentais viáveis a qualquer corredor e em qualquer estágio. Realizar a auto-análise requer disciplina e vontade de proporcionar tais investimentos “invisíveis” em causa própria.
Sigamos em frente em caminhos longos, direcionados ou tortos, mas sem dúvida, sempre.




quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ruídos indiscretos e gemidos escandalosos em relações sexuais

Indenização para casal cujo vizinho registrou, no livro de ocorrências do condomínio, sua inconformidade com os ruídos que vinham do apartamento ao lado.
Um casal carioca - homem e mulher - será reparado financeiramente por um vizinho morador do mesmo prédio, em função de anotações impróprias sobre ruídos decorrentes de relações sexuais.
A indenização fixada pelo TJ do Rio de Janeiro é de R$ 5.100 para cada um dos cônjuges.
Um vizinho de porta fez anotação no livro condominial existente na portaria do prédio, registrando que o tipo de ato sexual que ele escutava era apenas aceitável em prostíbulos e motéis baratos de beira de estrada.
Citado na ação reparatória, o réu afirmou que "os autores não negaram em momento algum não serem os responsáveis pelo barulho". O demandado também apresentou pedido reconvencional objetivando ser indenizado por danos morais, em face da conduta dos autores.
Entendeu o magistrado singular indeferir a inicial da reconvenção. Foi realizada perícia de engenharia, após o que foi julgado procedente o pedido inicial do casal.
O caso foi julgado em grau de apelação no dia 1º de julho. O relator do recurso, desembargador Sérgio Jerônimo Abreu da Silveira, da 4ª Câmara Cível do TJ-RJ, em decisão monocrática, manteve a sentença de primeira instância, por considerar excessiva a atitude do vizinho. Uma das anotações conta que o casal, em suas atividades íntimas, passa de gemidos indiscretos a gritos escandalosos.
O casal autor da ação sustentou que os comentários denegriram a imagem deles perante os demais moradores do prédio. O relator do caso concordou. Segundo o julgado, "as assertivas registradas no livro do condomínio excedem a mera abordagem à reclamação, tornando públicas as intimidades do casal perante os demais condôminos".
O julgado concluiu que o registro - do modo como foi feito - "extrapolou o âmbito da liberdade de expressão para atingir honra dos autores. (Com informacoes do TJ-RJ).

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"A história de um vencedor"

Volto a escrever no meu blog e prometo ter tempo para pesquisar mais matérias sobre essas minhas paixões, CORRIDA e DIREITO.
Nessa volta de matérias permito-me divulgar a história de um amigo VENCEDOR nas corridas. Em primeiro lugar gostaria de compartilhar que na minha opinião VENCEDOR não é somente aquele que chega no lugar mais alto do pódio, mas sim aquele que supera, aquele que VENCE seus desafios, sejam quais forem.
Esta é a história do meu amigo Fábio Namiuti, uma lição de vida para todos nós, fruto de muito suor, dedicação e principalmente disciplina. Parabéns Fábio.

"Em julho de 2002, aos 31 anos de idade, pesando quase 110 kg e fumando dois maços de cigarro por dia, um dia tive uma inflamação na gengiva e fui parar no médico para ver o que era. No que ele mediu a minha pressão arterial, o susto: 18 x 12. Fui carregado, igual a um saco de batatas, às pressas para ser atendido por um cardiologista, com um daqueles remédios embaixo da língua e tudo mais... Não tinha nenhum sintoma, até porque hipertensão é um mal silencioso, mas estava prestes a explodir. Tive muita sorte em não descobrir isso através de um infarto ou um AVC, por exemplo. No mesmo dia larguei o cigarro (já havia tentado outras vezes, sem sucesso durante os 15 anos em que fui fumante). Aconselhado pelo médico e com o incentivo e companhia da minha esposa, comecei a fazer caminhadas: oito voltas na pista de um parque perto de casa, cada uma com 670 metros. Apesar de ter uma certa dificuldade em seguir regimes, vi uns 10 kg sumirem muito rápido e me animei. Tomei gosto pela coisa e, mesmo achando um absurdo (sedentário que estava há quase 13 anos), resolvi arriscar uma corridinha de 200 metros, uma das laterais da pista. Cheguei no final da reta com os pulmões de fora, parecia que tinha um saco de cimento em cada um deles. Mas não desanimei. Persisti, tentei outras vezes e foi ficando menos impossível a cada tentativa. Completei a primeira volta, depois duas andando para uma correndo, um pouco depois o inverso. Um belo dia resolvi correr na rua. O que ouvi de bobagem não foi brincadeira. Coisas do tipo "vai rolando que chega mais rápido". Não tinha nem como ficar com raiva (mas fiquei, claro!), eles tinham razão. Foram só incentivos para que eu conseguisse deixar de ser engraçado correndo. Os 10 kg que eu perdi nas caminhadas se multiplicaram por 3. As gracinhas diárias foram se tornando semanais, mensais, até quase sumirem de vez. Um outro belo dia vi na TV a propaganda de uma corrida de 10 km em Campos do Jordão. Se tivesse juízo, deixaria pra lá, mas resolvi me inscrever. Nem que fosse para não conseguir - foi uma frase que usei muitas vezes desde então. Não era a prova ideal para um principiante, hoje vejo que deveria ter tentado primeiro distâncias menores ou pelo menos um percurso plano. Durante a corrida, subindo e descendo morros e enfrentando terrenos irregulares, mil vezes pensei no que estava fazendo ali. Mas foi só cruzar o pórtico e botar aquela primeira medalha de participação no pescoço pra nunca mais querer parar. De lá pra cá foram centenas de corridas, alguns sonhos já realizados (inclusive um de infância, correr a São Silvestre), vários outros ainda por realizar. Provas nas mais variadas distâncias, umas bastante tradicionais e outras totalmente desconhecidas, em pequenas cidades do interior. Veio a primeira Volta da Pampulha em BH, a primeira Meia Maratona do Rio (e muitas outras meias), a primeira prova de 25 km. Três anos depois de estrear em uma corrida, resolvi encarar um novo grande desafio: a primeira maratona! Foram muitos treinos, muito suor e dedicação; e uma cãibra durante o percurso que quase botou tudo a perder, mas consegui concluir a prova, também no Rio de Janeiro, naquele visual fantástico passando por toda a orla. Gostei tanto que não parei mais. Já fiz outras maratonas, em São Paulo, Bertioga (na areia!), Porto Alegre e novamente no Rio. E quero continuar fazendo muitas outras, sempre. A corrida tem me proporcionado muitas viagens, passeios em família e diversão, coisa que andava meio em segundo plano na minha vida antes dela. Não me considero um maratonista, mas um corredor, que também faz maratonas. E que corre, com o mesmo entusiasmo e alegria, provas de 5, 10 km, meias, ou de qualquer outra distância. No asfalto, na terra, na areia, na montanha, em escadas, em qualquer lugar que me chamem pra correr. Até na esteira, se precisar! Que treina muito e se dedica bastante na preparação para os grandes desafios, mas que não se vê obrigado a aumentar automaticamente as distâncias a cada vez que uma nova é alcançada. Que prefere dominar bem um estágio antes de alcançar o próximo, porque acha que isso é o mais sensato. Que até acredita que um dia vai chegar às ultramaratonas, mas não tem pressa nenhuma de fazê-lo, já que pretende seguir correndo a vida toda. Que não vai muito nessa de limites, porque acredita que, quem procura muito, acaba os encontrando. Que corre com prazer e responsabilidade, respeitando seu corpo, tendo em mente que tudo começou em busca de saúde e melhor qualidade de vida. Que sabe que se tiver que parar, para simplesmente, porque sempre vai haver a próxima oportunidade. E que, com isso, vem se mantendo há alguns anos em atividade, sem contusões mais sérias. Mas que sabe também que a corrida é um esporte em que mesmo pessoas comuns, com saúde, vontade, disciplina e determinação, podem fazer coisas extraordinárias. Fiz um grande número de novos amigos nas corridas e nos fóruns sobre o esporte na internet. Com eles, aprendi muitas coisas, corrigi meus erros de novato e tenho descoberto muita coisa quase todos os dias. Aderi a uma equipe, a 100 Juízo, na qual encontrei uma segunda família, agregando gente com a mesma paixão incondicional pelo esporte. Criei até este site, o Arquivo de Corridas, onde faço relatos e análises das provas de que participo. A corrida entrou na minha vida em definitivo e virou o meu estilo de vida. Não sou atleta, não tenho qualquer pretensão maior no esporte. Sou ciente das minhas óbvias limitações, não vou criar falsas expectativas, mas ainda quero fazer muita coisa legal nas corridas por aí. E, melhor do que tudo, recuperei a minha saúde e a minha autoestima, que andavam em baixa, ao contrário dos meus índices de colesterol e triglicerídeos. Minha pressão hoje é de 11 x 6 e só tem melhorado, bem como os meus tempos nas corridas. Vendo gente saudável e cheia de gás, correndo aos 60, 70, 80 anos ou mais, encontrei o que quero continuar fazendo pelo resto da minha vida..."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Correr e ouvir música liberam dopamina

Estudos revelam que com a corrida nosso organismo libera uma substância que causa bem estar que se chama Dopamina. A dopamina, segundo o site wikipedia, é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. A prática de corrida estimula o sistema nervoso central, não só estimulando os músculos mas também o sistema nervoso. Estudo recente, publicado pelo jornal Estadão (http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ouvir-musica-pode-dar-tanto-prazer-quanto-comer-ou-usar-drogas,664194,0.htm), traz que o ato de ouvir música também libera a dopamina, substância liberada também através da atividade sexual e pelo uso de drogas. Assim, conciliando a prática da corrida com o ato de escutar música, muitos praticantes, iniciantes principalmente, sentem-se bem e estimulados cada vez mais com a prática da corrida, não só em busca de um corpo escultural, mas por uma vida mais saudável e prazerosa. Estudos revelam, outrossim, que a dopamina traz dependência. Porém, tal dependência é extremamente saudável, mas é sempre recomendável o acompanhamento de um profissional de educação física e ao médico de sua confiança para todo início de atividade física.